terça-feira, 9 de março de 2010

Uma de minhas paixões.

Existem muitas coisas que acontecem nas nossas vidas e nos fazem seguir um rumo. E muitas vezes, a gente sonha aaaalto querendo outra coisa que se difere bastante da nossa realidade e ai nos perguntamos: porque não fiz assim? porque não fiz assado? ai, como eu queria que fosse desse jeito. Não é verdade?

Depois que comecei a surfar, há 3 anos, eu me pergunto TODO DIA porque eu desisti quando fiz as primeiras tentativas quando tinha 12 anos! Eu fico assistindo vídeos, vendo várias reportagens de meninas que surfam, que treinam e que se dedicam à esse esporte que tanto mudou minha vida e me pergunto: porque meu "destino" não foi esse? Se eu tivesse continuado, aprendido... Se eu não tivesse desisido... Se eu não tivesse ficado com vergonha dos 300 meninos da minha rua que surfavam... Se, Se, Se... Tudo seria diferente né? Lógico que meus sonhos seriam diferentes, minha vida teria sido diferente, não que eu me arrepende da minha vida (que foi e é maravilhosa), mas sabe aquela sensação de que eu perdi várias ondas na vida?

Vocês não tem noção da sensação que é entrar no outside. Eu me lembro do primeiro dia, eu tinha começado a surfar sozinha. Comprei uma prancha, um pé de pato e fui com a cara e a coragem. So-zi-nha. Um dia resolvi ligar pra um amigo, o Tainan, e pedi pra ir surfar com ele e foi a primeira vez que eu entrei lááá onde os surfistas ficam. Eu não sei descrever a sensãção, só sei que queria ela pra sempre na minha vida. Imagine então descer a primeira onda segura, sabendo o que tava fazendo? Porque são muitos erros antes de você conseguir "domar" a prancha... até você saber o que fazer ali em cima e desfrutar com todas as letras da sensação indescritível que é SURFAR!

Sei que me falta muuito pra ser uma excelente surfista, mas não tiro o meu mérito. Eu tomei coragem e fui sozinha tentar realizar esse sonho que eu tinha na cabeça durante muitos anos... e na real? NUNCA É TARDE ! Hoje tenho 25 anos e descubro a cada dia o bem que o mar me trás.

Não posso ir surfar sempre, tem as coisas de gente grande que me prende na vida real e por isso, as vezes olho pra trás e me arrependo de não ter tentado antes, mas enfim... procuro buscar no HOJE aquilo que não consegui no passado.

O bodyboarding mudou minha vida em vários aspectos. No sentindo de ser humano, principalmente! Pode até ser besteira pra quem escuta essas coisas, mas quem é adepto de qualquer coisa que ame de paixão sabe do que eu tô falando. Aos poucos, eu me desapeguei de muitas coisas que eram importantes quando na verdade não deveriam nunca ter sido, me fez enxergar a grandeza de DEUS perto de mim.... não há preço que pague um nascer do sol espelhando nas águas do mar, a sensação de acordar cedo e chegar no mar e ver altas ondas acontecendo....

Ah, se eu pudesse jogar tudo pro alto e correr em busca disso....

terça-feira, 2 de março de 2010

O medo.

Todo ser humando tem medo de alguma coisa né? Eu não sou muito de filosofar sobre medo, não fico a pensar sobre coisas que supostamente me dão um certo pavor mas confesso que tenho pensado bastante de uma coisa que me faz tremer:


A morte.



Quase ninguém quer falar, poucas pessoas são desapegadas da vida, afinal, quem sabe o que existe do outro de lá não é mesmo? Será que a gente reencontra quem já morreu? Será que esse negócio de alma é pra valer, e a gente vai lá pro ceú e fica todo mundo feliz junto? Sei lá, são tantas pessoas que morrem todos os dias..... é muita viagem ficar pensando nisso.


Pois bem, na verdade eu tenho mais medo da morte das pessoas que eu amo. Se eu morrer, sei lá, cabou, ou não, sei lá...não sei se tenho muito medo disso. Eu tenho mais quando é pensar em alguém morrendo... sonhei que meu pai ia "embora" (não vou usar esse termo pra ele). Como doeu, viu? Fiquei desesperada, acordei chorando, abraçando ele, senti uma inutilidade profunda quando visualizei essa situação.


Meus amigos sabem o quanto eu, minha mãe e meu irmão sofremos ano passado quando ele descobriu o CA. Ô doençinha ein! A gente pensa que nunca acontece nada com a nossa família, só com a dos outros, isso é a maior verdade... pra mim, éramos inatingíveis! E hoje, eu tenho medo... medo de como seria a minha vida sem eles? De como eu conseguiria resistir às coisas da vida, sabe? Sei que todo mundo "supera" essa dor, mas eu não quero senti-la!!!


Sei que o pior com ele já passou, ele atravessou essa maré da vida de uma forma surpreendente e feliz... como se nada tivesse acontecido! Graças a Deus não tinha vestígios de outros órgãos atingidos, isso já foi uma Benção de Deus, um verdadeiro milagre. Os médicos não tinham muita esperança e taí, ele continua do meeeesmo jeito de sempre e eu só tenho a agradecer à Deus por cada momento depois que isso aconteceu na minha família.


Dentro de alguns dias ele vai se operar pra retirada da bolsa de colostomia, até que enfim!!! Como ele mesmo diz: "vou voltar a peidar e a cagar! orri saudade da porra!" ... hahaha! Ele frescou muito com a própria situação dele, incrível! Mas confesso que tenho medo de cirurgias, tenho medo daquelas esperas, daqueles corredores com cheiro de formol, com aquela cara de "não sei" que os médicos fazem..... me lembra da notícia dele, me lembra de gente que perdeu entes queridos, eu sei não deveria lembrar de coisas ruins.....mas, tem como???


Eu só peço que Deus continue iluminando nossas vidas, quero viver muitas coisas com ele e com minha mãe... quero entrar no meu casamento com ele, quero que ele brinque com meus filhos, quero cuidar dele velhinho, eu que quero colocar ele pra dormir pra sempre, entende??????


Fé. Só isso. É a única coisa que enaltece o coração pra que ele tenha força não-sei-de-onde, pra continuar acreditando que Deus é mais e vai atender às nossas preces.


Te amo, Pai.


Beijos,


Camilla.